17 de fevereiro de 2016

Toda a gente me conta tudo


Toda a gente me define como alguém de confiança, um bom amigo e bom ouvinte, que sabe escutar e a quem se pode recorrer em caso de necessidade e que dá bons conselhos quando é preciso. Sinto-me bem e orgulhoso com isso, mas às vezes é demais. Ninguém se interessa por mim ou pelos meus próprios problemas, ninguém me telefona e me pergunta se estou bem ou se preciso de alguma coisa, ninguém me dá espaço para desabafar. Sinto-me desgastado, sobrecarregado e usado por toda a gente. Que faço?
Esta foi a pergunta e o tema de uma sessão de terapia.
Ainda que alguém tenha características altruístas e seja de facto um bom ouvinte é necessário que a pessoa perceba que não tem de desempenhar esse papel de confidente sempre e com toda a gente. As relações, sejam elas de amizade, familiares ou amorosas, devem basear-se na reciprocidade e se tal não acontece, então, alguma coisa não está bem e deve ser alterada. No entanto, o problema não está nos outros mas na própria pessoa que para se sentir incluída na relação se deve incluir. Se só ouve e não partilha, se só escuta e não fala e, se ainda por cima se sente mal com isso, deve fazer algo para alterar a situação.


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