23 de junho de 2014

Imagem corporal e auto estima


 
  
Imagem corporal é a representação mental do próprio corpo. Desenvolve-se ao longo da vida, desde o nascimento, e vai-se alterando com as modificações próprias de cada fase da vida.
Essa representação ganha forma através dos cinco sentidos porque é através do que se sente, cheira, vê, ouve e toca que o indivíduo começa a perceber os seus limites e sensações corporais.

Na infância, inicia-se a construção dessa representação e o corpo passa a ser um meio de comunicação com o meio envolvente.

Desde tenra idade começamos a perceber que há diferenças entre as pessoas, diferenças em relação ao corpo, na sua forma, tamanho e cor e começamos também a perceber o significado de bonito e feio, gordo e magro, alto e baixo. A partir desse momento pertencemos a determinada categoria e não a outra, somos feios, altos e gordos, por exemplo, ou bonitos, cabeludos e elegantes. Inicia-se assim um dos conceitos que mais repercussões terá no nosso estado mental futuro.

Na adolescência, o corpo sofre inúmeras e rápidas transformações físicas, acompanhadas de alterações emocionais e sociais e como é a fase em que os desejos, crenças, objectivos de vida mais facilmente se exteriorizam, é também a fase da formação da identidade, embora ela se vá formando ao longo de toda a vida.  A forma como se vê o corpo irá influenciar a formação da identidade e está directamente relacionada com dois conceitos importantes: imagem corporal e auto estima.

A sociedade é, desde meados do século passado, muito punitiva para com os menos magros e essa obsessão pelo corpo tem efeitos adversos em toda a gente, principalmente nos jovens e nas mulheres. É-nos constantemente exigido um corpo magro para as mulheres e atlético para os homens e essa ditadura da beleza está na origem de muitos distúrbios alimentares nomeadamente a anorexia e a bulimia nervosa ou a prática de exercício físico intenso e o consumo de esteróides anabolizantes.

Com uma imagem mental de magreza, o sujeito pode começar a evitar vestir determinadas peças de roupa ou a evitar determinados acontecimentos sociais, como a ida à praia, por exemplo, onde a exposição do corpo será maior. Sentindo-se cada vez pior no seu corpo e não se aceitando, tudo faz para evitar situações que o incomodam, adoptando comportamentos pouco saudáveis e entrando numa espiral de infelicidade, mal estar e não aceitação.

Como percebem, temos de promover a saúde e não a doença e está nas nossas mãos, como sociedade, exigir mudanças na imagem de perfeição e beleza que estamos a divulgar e a incutir na mente das nossas crianças e jovens. Temos de  aceitar e enaltecer a diferença, promovendo filmes, séries e publicidade que mostrem, positivamente, TODOS os tipos de corpo, para que haja modelos reais a admirar e seguir, não condenando as pessoas a uma ditadura do corpo e da beleza. É preciso valorizar o conteúdo e não a embalagem.

2 comentários:

  1. Eu acho que o problema é mesmo quando somos integrados numa categoria. Por mais que a nossa identidade possa estar em mutação constante durante toda a vida, não é fácil "fugir" do que já está enraizado desde cedo (do que é bonito ou feio). E é por isso que tentamos mudar para o que é bonito e nos frustramos tanto quando achamos que não conseguimos. Mas o importante é mesmo aceitarmos-nos como somos e não ceder à tal espiral de infelicidade.
    Adorei o post querida.
    Beijinhos ***

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    1. É mesmo isso.. o pior são os rótulos que se colam a nós e dos quais dificilmente fugimos, mas temos de fazer um esforço para educarmos os nossos filhos de forma a aceitarem-se como são, a valorizarem-se e a fortalecer-lhes a auto estima e o auto conceito

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