4 de junho de 2014

Problemas de amor


Quando o coração está dorido tudo perde um pouco a cor. Bem sei que há pessoas que têm problemas mais graves, que estão doentes, com dores, a quem falta um abraço amigo e  para quem a esperança há muito se foi e, felizmente, esse não é o caso de quem apenas sente dor de amor. Bem sei que esses, sim, são problemas reais, mas como é costume dizer-se "com o mal dos outros podemos nós bem" e quando alguém sofre, essa dor parece ser a única no mundo e  maior do que a dos outros, porque é sua.

Ter uns pais maravilhosos e  filhos lindos e únicos que são um verdadeiro tesouro; ter bons amigos, daqueles com quem se  pode  contar nas horas difíceis e ter família de suporte; ter um emprego que  permite viver com dignidade; ter saúde... parece que ter tudo isso é suficiente e que se tem tudo, mas na verdade, quando há problemas de coração, falta algo. Falta um parceiro de vida que queira VIVER a dois esta aventura que é a vida; falta um ombro amigo nas horas de aperto; falta o companheiro de riso e folia; falta alguém com quem dividir as pequenas tarefas da rotina do dia a dia; falta, em resumo, o outro, aquele que nos acompanha sempre, em qualquer situação, seja ela boa ou má.

O outro tem na nossa vida muitos papéis e funções diferentes. Tem de ser alguém com quem possamos comunicar, a quem podemos abrir o coração, sem medo de criticas ou julgamentos e também alguém que nos valoriza e nos compreende no silêncio. Deve ser capaz de nos fazer rir e descomprimir nas horas complicadas e alguém que nos oferece um colo e aquele abraço apertado, quando dele precisamos; deve sorrir connosco quando estamos felizes e dividir a tristeza quando ela aparece; deve ser um pouco de tudo, amigo, amante, pai e mãe, irmão, filho, parceiro, terapeuta,  confidente...

Com tantas e tão variadas funções, o normal é algumas pessoas perderem-se nesse percurso e em determinado momento começar a dar o que o parceiro não necessita ou a não dar de todo.  Normalmente, o que acontece, simultaneamente ou à vez, é que um deixou de pedir o que precisa e achou que o outro tinha o dever de adivinhar porque "já me conhece"; e o outro, porque deixou de estar atento, de ler os sinais, de se descentralizar de si e centralizar a sua atenção no companheiro, deixou de dar. Quero com isto dizer que começa a falhar a comunicação e a comunicação é a base de qualquer relação, mas na relação amorosa, ela ganha uma função primordial e é mesmo o alicerce de tudo.

Se querem fortalecer a vossa relação amorosa, está na hora de arranjarem estratégias para melhorar a comunicação. Têm mesmo que se dedicar  a isso e vão ver que não se arrependem porque o que vão ganhar vai com certeza valer o esforço.


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