Adquiri esta consciência muito cedo, a de que sou de alguma forma responsável pelas pessoas que me procuram e que os meus erros podem ter repercussões muito nefastas. Esta consciência, embora pesada, é o que me faz estar o mais centrada possível no caso, disponível e atenta aos mínimos sinais. É por causa dela que me entrego a 200% e que estou quase sempre contactável mas penso que não pode ser de outra forma.
Outra das coisas que sempre me preocuparam foi arranjar estratégias para evitar a dependência. Conheço terapeutas que gostam e sentem necessidade de manter os seus doentes dependentes, quase como se de uma massagem ao ego se tratasse - "sou tão bom que não vivem sem mim" . Isso para mim é impensável e eticamente reprovável. O principio deveria ser não o de dar o peixe mas sim o de ensinar a pescar.
Nesse contexto, está este pequeno texto de Bucay.
Você tem fome de saber e fome de crescer. Fome de conhecer e fome de voar...É possível que hoje eu seja o peito que dá o leite que aplaca a sua fome...É ótimo que você queira esse peito. Mas não se esqueça: Não é do peito que você precisa... É do leite!
Acredito que ainda temos ainda muito a crescer no ensino da psicologia e que seria bom para todos, alunos, futuros profissionais e, principalmente, pacientes que ensinassem este tipo de coisas mais práticas e não deixassem ao acaso a sua aprendizagem. Corremos o risco de estar a formar maus profissionais sem que estes tenham sequer hipótese de perceber o que está errado.
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