22 de setembro de 2014

A nossa amiga serotonina


 Em sequência do post anterior em que divulguei o trabalho da associação norueguesa Aktiv que defende a inclusão do exercício físico no tratamento dos cancros em todo mundo, hoje parece-me adequado reflectir um pouco sobre esta posição da Aktiv.

Como todos sabem, os doentes de cancro sofrem ataques à sua auto estima e imagem corporal, principalmente quando falamos de mulheres mastectomizadas ( a quem foram retiradas uma ou as duas mamas), doentes com cancro na cara e pescoço (pela exposição inerente) e todos os doentes sujeitos a quimioterapia. Durante a doença há uma série de factores: perda de peso, diminuição do sistema imunitário, fragilidade emocional, perda de energia, frustração perante algo que não controlam, impotência e consciência da própria mortalidade que contribuem para que estes doentes tenham vergonha de si e do seu corpo e não aceitem a própria sexualidade por se sentirem incompletos e doentes. Apresentam normalmente baixos índices de auto estima e confiança, elevada infelicidade e precisam urgentemente de algo que contrarie o pensamento da doença para a saúde porque a felicidade e o bem estar são importantes na prevenção e promoção da saúde física e mental.

Sabemos que as emoções negativas:  pessimismo, infelicidade, angústia, desespero, tristeza, irritabilidade, agressividade, estão relacionadas com o aumento de doenças cardiovasculares e depressão, estando a depressão por sua vez associada  à dor, perturbação do sono e do comportamento alimentar, doenças auto imunes e cancro.
Pelo contrário, os pensamentos positivos: optimismo, alegria, resiliência e felicidade ajudam não só na prevenção da saúde mas também durante o tratamento, aumentando as probabilidades de cura. Todos nós conhecemos alguém que face às adversidades da vida reage lutando e com um optimismo que nos espanta e verificamos que essas pessoas são muito mais capazes e resistentes do que as outras, as que passam a vida a queixar-se e a lamentar-se de tudo e que vêm tudo negro, nunca percepcionando a luz ao fundo do túnel. Para vencer a batalha é importante acreditar que se consegue e não estar já derrotado à partida.

Sendo o cancro influenciado por factores emocionais, ambientais, alimentares, de estilo de vida e psicológicos, se a pessoa for pessimista, estiver deprimida, angustiada ou stressada, não estrá a contribuir para a cura mas sim para o agravamento da doença porque a saúde depende, em grande medida, do sistema imunológico e este da serotonina que em estados negativos não é produzida.

Mas então, o que é isso da serotonina? A serotonina é um neurotransmissor que em conjunto com a dopamina nos dá a sensação de felicidade, bem estar e prazer. Actua no cérebro e regula o humor, o sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade à dor, movimentos e funções intelectuais. Quando existe em baixa concentração leva ao mau humor, dificuldade para dormir e vontade de comer compulsivamente. Há muitas causas para a  sua diminuição mas o que nos interessa é saber como a podemos aumentar e isso consegue-se através do exercício físico, exposição à luz solar, principalmente no inverno, e consumo de alimentos ricos em triptofano,

Alguns alimentos ricos em triptofano, que servem para aumentar a taxa de serotonina no organismo, são:
  • Chocolate preto
  • Vinho tinto
  • Banana
  • Abacaxi
  • Tomate
  • Carnes magras
  • Leite e seus derivados
  • Cereais integrais
  • Castanha do Pará
Alimentos como estes devem ser consumidos diariamente, em pequenas porções, várias vezes ao dia e o exercício físico incluído na rotina diária  porque isso irá facilitar a produção de serotonina o que por sua vez levará à sensação de bem estar e felicidade.

Portanto, para termos mais saúde e vivermos mais felizes, é preciso lutarmos contra os pensamentos negativos e adoptar uma postura de vida mais saudável porque nenhum organismo aguenta muito tempo as agressões a que os submetemos sem adoecer. É preciso conservarmos a vitalidade e despertar o amor à vida, às relações e às pessoas.
 

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