18 de setembro de 2014

Dia cheio

 

 Levantar às sete, como de costume, preparar o pequeno almoço e levar o Miguel à escola para estar logo na abertura do banco, às 8.30, uma hora a tratar de burocracias, a que se seguiu mais uma hora de espera no centro de saúde para tentar marcar uma consulta, sem médico, já que fiquei sem médico de família há dois meses, desde que se reformou a minha querida Dra. Margarida. Não há substituto, não há consultas, não há previsões e isto dito presencialmente, depois da tal hora de espera porque ao telefone foi impossível obter a informação depois de mais de 20 dias a tentar diariamente. Seguiu-se uma pausa para tomar o pequeno almoço com o meu filho grande. É tão bom podermos dedicar um tempo a sós a cada um dos filhos. É tão bom quando isso acontece com o Bruno.Temos sempre mil e um assuntos para partilhar, temos beijinhos e festas, (já anteriormente aqui disse que este é de todos o meu filho mais físico, que precisa de mais  toque e minhi minhices), temos tempo para tomar decisões, temos tempo para rir e viver ... é mesmo bom e agradeço cada momento que tenho oportunidade de passar a sós com ele, numa espécie de namoro entre mãe e filho, que só quem é mãe compreende.
E ala para o trabalho que se faz tarde. Tempo para despachar uns emails e assinar alguns papéis e logo de seguida duas reuniões chatas e intensas. Ao aproximar-se a hora de almoço, verifico que tenho apenas 20 minutos para comer qualquer coisa antes de seguir para o tribunal. Corro para junto do maridão para comer uma sandes e beber um café e aproveitar para dois dedos de conversa rápida. Tarde em tribunal como testemunha de um loooongo e extenuante julgamento. Mais espera e burocracias porque ninguém sabe nada no Palácio da Justiça. A vara atribuída já não existe, o juízo cível também não, era no 6º piso, passou para o 3º e afinal está no 5º. Andamos para cima e para baixo de elevador, perguntando a cada ser que encontramos o que devemos fazer. E devo referir que foram pouquissimas as pessoas com que nos cruzámos, parece um edifício fantasma, aquele do Palácio. Ás tantas, temos os dois advogados, as duas partes e respectivas testemunhas, toda a gente já em amena cavaqueira, tentando em conjunto perceber onde parar. É absolutamente incrível como está a funcionar  esta reforma da nossa  pseudo justiça. Saí eram já 19 horas e pelo meio ainda tive de recorrer ao apoio da avó para ir buscar o Miguel à escola. Bendita sejas, minha mãe, não sei que faria sem ti! Chegada a casa é hora de verificar os trabalhos de casa do piqueno e pensar o jantar. Aqui descambei. Estava tão, mas tão cansada, exausta mesmo, emocionalmente desgastada e não me apeteceu cozinhar. Vai daí, sai frango assado da churrasqueira da esquina e está feito. Pelo meio ainda atendi dezenas de telefonemas, tentei tranquilizar uma amiga em crise, dei um abraço a outra e atendi dois doentes com problemas. Para acabar em beleza, o Sporting deixa-se empatar no último minuto. Que dia! Só de o descrever já me cansei, imaginem agora o que foi vivê-lo. Não é que não goste de ter o dia preenchido mas dispenso bem as burocracias, os empregados mal dispostos e sem paciência, as esperas improdutivas, as reformas que não levam a lado nenhum, pessoas mal criadas, mais esperas e burocracias e o desgaste emocional de situações verdadeiramente stressantes e desnecessárias. Salvou-se o pequeno almoço. Obrigada Bruno, salvaste o meu dia!

4 comentários:

  1. Obrigada Helder, ainda bem que gostatste, o teu feedback é importante para mim. Beijinhos

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  2. É assim mesmo: valorizar o mais importante!... O que nos enche a alma!... Beijinhos para todos. <3

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  3. Se não fosse assim, Anabela, estaríamos perdidos... e tu bem sabes do que falo.Beijos

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