8 de março de 2016

Desabafos de uma mulher que se acha moderna


Um dia – mais vale tarde do que nunca! - elas tinham de perceber o disparate que fizeram. Agora “TOMA!”
Desabafos de uma mulher que se acha moderna ou…. um texto delicioso!

“São 5.30H da manhã, o despertador não pára de tocar e não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou acabada. Não quero ir trabalhar hoje.
Quero ficar em casa, a cozinhar, a ouvir música, a cantar, etc. Se tivesse um cão levava-o a passear nos arredores. Tudo menos sair da cama, meter a primeira e ter de por o cérebro a funcionar.
Gostava de saber quem foi a bruxa imbecil, a matriz das feministas que teve a ideia de reivindicar os direitos da mulher e porque o fez connosco que nascemos depois dela?
Estava tudo tão bem no tempo das nossas avós, elas passavam o dia todo a bordar, a trocar receitas com as suas amigas, ensinando-se mutuamente segredos de condimentos, truques, remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos seus maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, recolhendo legumes das hortas e educando os filhos. A vida era um grande curso de artesãos, medicinas alternativas e de cozinha.
Depois ainda ficou melhor, tivemos os serviços, chegou o telefone, as telenovelas, a pílula, o centro comercial, o cartão de crédito, a Internet!
Quantas horas de paz a sós e de realização pessoal nos trouxe a tecnologia! Até que veio uma tipa, que pelos vistos não gostava do corpinho que tinha, para contaminar as outras rebeldes inconsequentes com ideias raras sobre 'vamos conquistar o nosso espaço' Que espaço?! Que caraças!
Se já tínhamos a casa inteira, o bairro era nosso, o mundo a nossos pés?!
Tínhamos o domínio completo dos nossos homens, eles dependiam de nós, para comer, vestirem-se e para parecerem bem à frente dos amigos e agora?
Onde é que eles estão?! Nosso espaço?!
Agora eles estão confundidos, não sabem que papel desempenham na sociedade, fogem de nós como o diabo da cruz.
Essa piada..., acabou por nos encher de deveres. E o pior de tudo acabou lançando-nos no calabouço da solteirice crónica aguda!
Antigamente os casamentos eram para sempre. Porquê?
Digam-me porque é que, um sexo que tinha tudo do melhor que só necessitava de ser frágil e deixar-se guiar pela vida começou a competir com os machos?
A quem ocorreu tal ideia?
Vejam o tamanhão do bíceps deles e vejam o tamanho dos nossos!
 Estava muito claro que isso não ia terminar bem.
Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de ser magra como uma escova, mas com as mamas e o rabo rijos, para o qual tenho que me matar no ginásio, ou de juntar dinheiro para fazer uma mamoplastia, uma lipo, ou implantes nas nádegas... Alem de morrer de fome, pôr hidratantes, anti-rugas, padecer do complexo do radiador velho a beber água a toda a hora (esta me tocou) e acima de tudo ter armas para não cair vencida pela velhice, maquilhar-me impecavelmente cada manha desde a cara ao decote, ter o cabelo impecável e não me atrasar com as madeixas, que os cabelos brancos são pior que a lepra, escolher bem a roupa, os sapatos e os acessórios, não vá não estar apresentável para a reunião do trabalho.
E não só, mas também ter que decidir que perfume combina com o meu humor, ter de sair a correr para ficar engarrafada no transito e ter que resolver metade das coisas pelo telemóvel, correr o risco de ser assaltada ou de morrer numa investida de um autocarro ou de uma mota, instalar-me todo o dia em frente ao PC, trabalhar como uma escrava, moderna claro esta, com um telefone ao ouvido a resolver problemas uns atrás dos outros, que ainda por cima não são os meus problemas!!! Tudo para sair com os olhos vermelhos - pelo monitor, porque para chorar de amor não há tempo!
 E olhem que tínhamos tudo resolvido, estamos a pagar o preço por estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, perfumadas, unhas perfeitas, operadas, sem falar do currículo impecável, cheio de diplomas, de doutoramentos e especialidades, tornámo-nos super-mulheres mas continuamos a ganhar menos que eles e de todos os modos são eles que nos dão ordens!
Que desastre!
Não seria muito melhor continuar a cozer numa cadeira? Basta!
Quero alguém que me abra a porta para que possa passar, que me puxe a cadeira quando me vou sentar, que mande flores, cartinhas com poesias, que me faça serenatas à janela!
Se nós já sabíamos que tínhamos um cérebro e que o podíamos utilizar para quê ter que demonstra-lo a eles?
Ai meu Deus, são 6.10H, e tenho que levantar-me da cama … estou atrasada para variar, não vou conseguir estacionamento…
Que fria está esta solitária e enorme cama! Ahhhh... Prefiro ter um maridinho que chegue do trabalho, que se sente no sofá e me diga: Meu amor traga-me um whisky por favor? Ou: O que há para jantar?
Porque descobri que é muito melhor servir-lhe um jantar caseiro do que atragantar-me com uma sanduíche e uma Coca-Cola light enquanto termino o trabalho que trouxe para casa. Pensas que estou a ironizar ou a exagerar?
Não minhas queridas amigas, colegas inteligentes, realizadas, liberais....E idiotas!
Estou a falar muito seriamente: ABDICO DO MEU POSTO DE MULHER MODERNA!!!
 E DIGO MAIS:
A maior prova da superioridade feminina era o facto de os homens se esfalfarem a trabalhar para sustentar a nossa vida boa!
Agora somos “iguais” a eles! …”
 Anónima


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