12 de fevereiro de 2015

Loucuras felizes


Dia de hospitais e médicos, exames e altas. Foi cansativo o dia de ontem, quase todo passado a acompanhar doentes nas suas visitas médicas de rotina. Foi dia de acompanhar a nossa querida Mimi à consulta de ortopedia e receber finalmente a alta do Miguel. Numa dessas salas, enquanto esperávamos, entra um daqueles alucinados da vida, em que a demência se confunde com a realidade  e, não sei porque diabo, engraça comigo e dedica-me logo duas quadras. Depois, cumprimenta toda a gente com um aperto de mão, desejando as melhoras a cada um e no final pede uma moedinha. "Pode ser a mais pequenina que tiverem, aquela que não vos faz falta". Vasculhei o porta moedas e tirei um euro que lhe entreguei. Olha para a moeda e exclama
- É muito, não te faz falta?
- Não, podes ficar com ela.
Olha de novo para a mão e tira uma moeda de dez cêntimos que me entrega. Ainda pensei que me estava a dar troco, mas não, queria que eu procurasse um homem nu na moeda. Intrigada, olhei para a moeda e oiço gargalhadas. Ria como um louco, aquele que parecia ser mas não era "Querias... ahahah.... querias um homem nu por dez cêntimos.
E assim, sem querer, este homem conseguiu trazer alegria a uma sala cheia de doentes e seus acompanhantes, atenuando a ansiedade da espera. Quase todos riram também à gargalhada e os outros, os mais tinidos, esboçaram um sorriso. Foi bonito.


2 comentários:

  1. Muito bom! Fez-me lembrar aqueles "maluquinhos de rua", que falam sozinhos enquanto caminham, que metem comversa com as pessoas da rua... e que por norma evitamos...

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  2. Era um maluquinho bem divertido e simpático. É bem verdade o que dizes, às vezes o preconceito leva-nos a evitar as pessoas, sem qualquer motivo

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