12 de fevereiro de 2015

Psicopatas



A maioria de nós que vê filmes e séries com assassinos em série acredita que os psicopatas são todos assassinos. Imaginamos que devem ser todos iguais aqueles monstros retratados em Mentes Criminosas e serão todos a personificação de Hannibal Lecter.  

A psicopatia, também denominada transtorno da personalidade anti social ou sociopatia, é normalmente confundida com a doença mental das pessoas loucas, com aparência doente e facilmente identificável, violentas e assassinas. Totalmente errado, a maioria dos psicopatas vivem entre nós e são pessoas perfeitamente comuns, que connosco se cruzam, com vidas totalmente banais e capazes de nos destruir por completo. Ainda por cima, têm o dom de nos convencer que a culpa do que aconteceu é apenas nossa e que eles nada tiveram a ver com isso.

Mesmo que não o demonstrem socialmente, a característica principal da psicopatia é um forte traço narcisista. São indivíduos megalomanos , dissimulados, imprevisíveis, sem escrúpulos, excessivamente egoístas e egocêntricos.

Já se cruzou com alguém que se fez de seu amigo ou algo mais e o traiu? Alguém em quem confiou e que o enganou? Alguém que toda a gente à sua volta achava que era quase perfeito, bonzinho, que tinha sempre a palavra e o gesto certo e que mais tarde se veio a revelar sem escrúpulos? Pois, pode ter acontecido que algum psicopata se tenha cruzado consigo e você nem reparou. 

Em termos estatísticos, em cada 100 pessoas, de 3 a 6 têm traços de psicopatia em menor ou maior grau. Isso quer dizer que é provável que em algum momento da nossa vida nos cruzemos com um indivíduo desses e apesar de na maioria dos casos eles não serem assassinos a verdade é que causarão com certeza grandes estragos na nossa vida.

Sobre uma aparente  sensibilidade, esconde-se uma frieza desumana e uma inteligência superior que é capaz de detectar os pontos fracos de cada pessoa e, sem qualquer culpa ou sentimento empático, usar isso a seu belo prazer quando lhe for mais conveniente. São aquelas pessoas que não dó ponto sem nó, que tudo  que fazem tem segundas e terceiras intenções. São capazes do melhor para vos enganar. E conseguem-no fazer sempre que a isso se dispõem.



São também conhecidos como predadores sociais porque não sentem qualquer empatia. São incapazes de sentir pena, dor, culpa, remorso, arrependimento. Não se iludam com algumas lágrimas que podem surgir e que inevitavelmente surgirão se isso lhes for favorável. São uns monstros insensíveis com a carapaça de uma grande sensibilidade.  

Enganam, mentem, iludem, subjugam sem qualquer remorso. São mestres do engano e da falsidade. São excelentes actores no palco da vida. Dizem e fazem exactamente o correcto e o esperado em cada situação e a cada pessoa. São inquietos por natureza, dispersam-se em inúmeras actividades diferentes porque não se encontram. Impulsivos e com acessos de raiva extrema quando os planos que traçaram não correm como eles planearam (o que é raro!).  
Manipuladore,s são capazes de o convencer de que a culpa de tudo é sua. Para eles, o fim justifica tudo e não olham a meios para atingi-lo. 

Como em todas as perturbações mentais julga-se que na sua génese estará uma conjugação de 2 factores - por um lado, uma predisposição para desenvolver a doença e por outro a aprendizagem comportamental ou os chamados factores ambientais. é aqui que a sociedade e a família devem e podem intervir numa fase precoce da educação e formação dos valores morais.

São pessoas bem vestidas, extremamente educadas e polidas, podem ocupar cargos sociais de relevo porque isso os coloca numa posição de maior controlo sobre os demais.São bem falantes e rapidamente se adaptam a qualquer situação. São extremamente perigosos. Sem o querer assustar, desafio-o a olhar à sua volta, tentar identifica-los e fugir deles porque, sem duvida, mais cedo ou mais tarde, ele irá olhar para si e fazer de si um alvo e aí você não terá qualquer hipótese de vencer


4 comentários:

  1. Credo, que medo! Assim de repente lembrei-me duns quantos... livra!

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  2. O problema é que há vários graus de pasicopatia e, como temos a ideia de que o psicopata é um doido assassino, não nos defendemos dos que são mais soft... são mais normais do que pensamos e o dano que causam é enorme

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  3. Ao perverso a renegação de sua impotência alimenta o ciclo vicioso de sua agressiva frustração recusada definitivamente como tal de modo a não tolerar os limites impostos pelo Outro às suas pretensões de gozo correspondente ignorando se necessário a irreciprocidade subjetiva quanto suas intenções: o outro sujeito é apenas um meio para que chegue em si mesmo sendo parte expressiva de seu ego ideal realizado como fetiche pelo qual si define e no qual se estende esse ego nos objetos eletivos mesmo que se tratem estes de uma outra pessoa. Seu objetivo é para ele de tal modo irrenunciável que não reconhece limites impostos pela designação da vontade alheia quanto sua própria autodeterminação afetiva em corresponder suas expectativas - um perverso nunca aceita um não como resposta definitiva a pretensão de gozar de seu fetiche. Se necessário muda a si mesmo como meio de atingir seus objetivos - isso pode abranger desde orientação sexual, passando por princípios éticos, até sua própria expressão de personalidade - seu caráter é líquido : muda de acordo com as circunstâncias conforme sua conveniência alterando de forma conforme o recipiente e de estado conforme as condições climáticas afim de manter as condições propícias de alcançar sua finalidade pela qual sua própria e precária identidade se logra definir confundindo-se com os objetos cuja fruição ostenta como parte do próprio corpo. Ele si traveste mudando de valores e opiniões sem a preocupação de manter a coerência consigo mesmo para se melhor se adaptar às circunstâncias quanto aos meios contingencialmente necessários à finalidade imperativa e irrenunciável de fruir de seu fetiche ao qual pende num determinismo categoricamente.. Como se tivesse num vício compulsivo a razão primordial de sua existência. Diante do qual nada mais lhe importa senão fruí-lo por razões desconhecidas esse sujeito definiu sua estrutura de personalidade fixado na fase polimórfica pela qual todo sujeito passa na infância. Se ele é forçado a abdicar de todas as possibilidades de gozo por uma restrição definitiva própria do real por outro lado ele jamais abdica de todas as formas de gozar a mesma possibilidade definida incondicionalmente como um categórico e compulsivo fetiche incondicional. Se por um lado é pouco capaz de se adequar afetivamente ao reconhecimento trans-subjetivo por outro sua capacidade curiosa de procrastinação o torna bem adaptável às condições exigidas pelas circunstâncias sociais para atingir sua finalidade de fruir seu fetiche. Inteligência não é a condição que melhor define a perversão mas a adaptabilidade em função do objetivo imperioso auto-referente. Há perversos ou psicopatas com poucos recursos intelectuais e com habilidades cognitivas muito restritas ou mal desenvolvidas - alguns são até meio infantilizados, meio retardados mesmo. Mas tem a malícia intuitiva de perceber por processo de tentativa e erro o que é razoavelmente eficaz às suas finalidades e usará tal recurso com pouca ou nenhuma restrição se necessário mesmo que seja matar.

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  4. Os perversos ou ditos psicopatas não são infalíveis na arte da dissimulação e alguns aspectos estereotipados de artificialismo podem ser notados em seu comportamento aparentemente benevolente ou altruísta. São pouco eficazes em simular emoções profundas. Sua incapacidade de deter-se em emoções intensamente frustrantes pelas quais se expressa sua relativa e eventual impotência é constituída por mecanismos de intensas e contumazes de auto-repressão afetiva substituída por uma agressividade moderadamente auto-controlada que reabastece incessantemente o ciclo vicioso de sua insensibilidade e antipatia ignorante às demandas subjetivas do outro. Como se criasse uma carapaça anestésica que absorve o impacto da frustração e o transforma em força impetuosa de destruição que logra sua extenuação pela supressão do objeto ambivalente de seu fetiche. Sua força motriz é exatamente o impacto emocional da frustração investida com intempestividade agressiva contra o objeto de fetiche que lhe representa ambiguamente a vicissitude interposta ao totalitarismo irrenunciável de sua demanda como vingança por se tê-la recusado.

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